…Mas também tem coisas boas

Coisas da vida
As paisagens. Os sorrisos que recebemos em troca cada vez que nos atrevemos a sorrir. Pessoas muito simpáticas. Ai manas!!! (é uma pasta picante maravilhosa, uma explosão de sabores). Tamarindo (óptimo para fazer sumo). Cinema no Timor Plaza, yey! (Até não é nada mau, comparando com algumas salas de cinema portuguesas). Praias paradisíacas. Água da praia super transparente e quentinha. Os distritos: diz quem sabe, que assim que se sai de Díli começa a ficar tudo mais bonito, mais verde, mais genuíno e a água da praia ainda mais transparente. Está sempre calor (às vezes até demais) e geralmente chove apenas uma hora por dia no “Inverno”, a altura das chuvas. Dá para fazer canoagem e mergulho e ver peixes lindíssimos perto da barreira de coral. Bons restaurantes à beira mar. Está pertíssimo de outros países espetaculares da Ásia. Tem a RTP Internacional
E ainda, uma fantástica loja de dvds pirata!!
Heaven on heart 🙂
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Coisas que fazem confusão

Coisas da vida
 O lixo. A sujidade. O pó. A pobreza. Os bichos. Os lafaek, que é como quem diz, os crocodilos. Os carros cheios de autocolantes e peluches nos vidros. As mikrolets (uma espécie de camioneta cá do sítio) mínimas carregadas de pessoas até deitar por fora. As estradas para os distritos cheias de buracos. Conduzir do lado direito do carro e do lado esquerdo da estrada . Os animais magérrimos: cães, gatos, vacas. O facto de alguns locais comerem cão (dizem que é um costume Indonésio e que nem toda a gente o faz, mas ainda assim). O facto de, por vezes, deixar de haver determinados bens essenciais como água potável engarrafada ou leite. Iogurtes? É para esquecer. Há uns pseudo iogurtes que quem teve a audácia de provar, arrependeu-se logo de seguida. Tudo o que vem da terra, sem casca e é vendido em mercados é desanconselhável comer: alface, couves… O peixe que é vendido à beira da estrada costuma ser conservado com formol (sim, leram bem), portanto o melhor é tentar comprar peixe congelado. Os supermercados cheios de pó e as arcas frigoríficas cheias de carne e peixe que certamente já foram congelados e descongelados mais que uma vez. Ter que ir a três ou quatro supermercados diferentes para fazer as “compras do mês”. Os carregamentos de electricidade.  As influências políticas que estão em tudo. Não saber que língua se deve falar, nem com quem. Embora as línguas oficiais sejam português e tétum (Timor), a maioria fala bahasa (Indonésio) e com sorte percebe Inglês….
São estas coisas que de vez em quando nos chocam e nos deixam a pensar na vida.
Mas se eles sobrevivem, nós também 🙂
Curiosamente, houve imensa gente que pensava que eu não me iria adaptar, mas entre nós os dois, para mim está a ser menos difícil.
Viver neste sítio com estas pessoas, com estes hábitos e costumes, é uma excelente oportunidade de avaliarmos o nosso próprio estilo de vida.
Gosto de pensar que passamos a ser mais simples, a dar valor a outras coisas, a agir e pensar de forma mais calma, a ter mais compaixão.
Menos pelos mosquitos e pelas baratas.
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Comecemos pelo início

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A proposta surgiu assim do nada e quase do nada dissemos que sim.
Também sempre disse que nunca iria trabalhar para fora, ou melhor, procurar trabalho “lá fora”. Queria ficar no meu país, na minha bela Lisboa e com a minha família e os meus amigos.
Mas como se costuma dizer: “O Homem é feito de oportunidades: as que desperdiça e as que aproveita”. E nós achámos que não devíamos desperdiçar esta.  A partir daí foi sempre a andar e começar a tratar de tudo.